sábado, 23 de janeiro de 2010

Centenário da República Portuguesa

Foi há 100 anos que a República foi instaurada em Portugal, e para conhecermos melhor o nosso país devemos saber como e porque aconteceu. Assim sendo, aqui está um resumo do que aconteceu em Portugal nos últimos 100 anos.

Antes da sua implantação, Portugal era governado por reis (monarquia), vivia-se numa crise económico-financeira e havia, consequentemente, descontentamento social. Estes factores contribuíram para a difusão das ideias republicanas. A população organizou a primeira tentativa de queda da monarquia e implantação da República no Porto, a 31 de Janeiro de 1891, que acabou por não resultar. No entanto, foi um importante passo para que fosse implantada a República.

Em 1908 deu-se o regicídio, em que o rei e o príncipe herdeiro de Portugal foram assassinados em Lisboa. D. Manuel II subiu ao trono mas isso não impediu que no dia 5 de Outubro de 1910 a revolução republicana triunfasse.

Constitui-se, então, um governo provisório presidido por Teófilo Braga, que publicou a Constituição de 1911 e elegeu a Presidente da República Manuel de Arriaga. Esta constituição expulsava as ordens religiosas dos pais, encerrava os conventos, abolia o ensino da doutrina cristã nas escolas, estabelece o divórcio, o registo civil passa a ser obrigatório, etc. A bandeira, a moeda e o hino foram substituídos, instituindo-se como novos símbolos a bandeira verde, o escudo e "A Portuguesa", respectivamente.

A República investiu bastante no combate ao analfabetismo. O ensino primário passou a ser obrigatório e gratuito, fundaram-se Escolas Normais para a formação de professores, abriram-se mais de 1500 escolas primárias e jardins-de-infância, desenvolveu-se o ensino técnico, agrícola, industrial e comercial e foram fundadas as universidades de Lisboa e do Porto.

De Março de 1916 a Novembro de 1918 Portugal participou na Primeira Guerra Mundial o que prejudicou o país em termos financeiros e demográficos.

Durante a 1ª República Portugal sofreu bastantes golpes de estado devido ao descontentamento da população, como por exemplo ditadura de 1915 com Pimenta de Castro e a de Sidónio Pais entre 1917 e 1918. Esse descontentamento aconteceu porque as expectativas feitas antes da implantação não tinham sido totalmente satisfeitas. Entre 1919 e 1926 sucedem-se as greves, atentados políticos e actos bombistas, verificando-se uma instabilidade governativa com sucessivos governos, constituídos por elementos civis e militares.

Em 28 de Maio de 1926, o General Gomes da Costa iniciou, a partir de Braga, o movimento militar que ficou conhecido por esse nome, que terminou com a Primeira República e instaurou uma Ditadura militar, que se prolongou até 1933.

Em 1932 António de Oliveira Salazar tomou posse como Presidente do Conselho de Ministros, cargo que manteve até 1968. Durante cerca de quatro décadas, a situação política continuou corporativa e totalitária, com poucas alterações, iniciando-se, em 1961, a guerra colonial em Angola, seguindo-se a Guiné, em 1963, e Moçambique, 1964.

António Oliveira Salazar foi substituído, em 27 de Setembro de 1968, por Marcelo Caetano como Presidente do Conselho de Ministros, mantendo-se este político nesse cargo até ao dia 25 de Abril de 1974, com alguma liberdade, conhecida com "Primavera Marcelista", mas mantendo-se o regime repressivo e a guerra colonial, que só terão o seu fim depois do 25 de Abril de 1974.




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